quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

BRASIL ACEITA ACORDO PARA REDUZIR EMISSÕES, MAS SÓ PARA 2020


 A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, discursou nesta quinta-feira (8) em Durban, África do Sul, sobre a posição do Brasil na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17). A conferência está em seus momentos finais com a chegada de ministros de todos os países para negociar a continuação ou não do Protocolo de Kyoto.
Segundo o portal G1, Izabella defendeu um acordo legalmente vinculante, isto é, que obrigue os países a cumprirem metas, mas que seja colocado em prática apenas em 2020.

Se todos, repito todos, trabalharmos juntos poderemos negociar o mais cedo possível um novo instrumento legalmente vinculante sobre a convenção [do Clima da ONU], baseado nas recomendações da ciência, que inclua todos os países para o período imediatamente após 2020”, discursou no plenário da conferência, que reúne mais de 190 países


Com essa posição, o Brasil se alinha ao lado dos Estados Unidos, que não querem um acordo vinculante para 2012, o prazo final do Protocolo de Kyoto, e contra a União Europeia, que está sob pressão para tentar salvar o protocolo. Segundo o jornal britânico The Guardian, essa posição pode significar a morte de Kyoto.

A grande pergunta é se Brasil, Índia e China vão, inadvertidamente, apoiar os EUA. Esses países, junto com a África do Sul, negociam em bloco. Se eles apoiarem atrasar um novo tratado para 2020, isso poderia acabar matando o Protocolo de Kyoto. Nesse cenário, os EUA ganham. Se eles preferirem se aliar aos países da UE e aos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, isso poderia resultar em um acordo mais ambicioso.
O Protocolo de Kyoto foi formulado em 1997 com o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que provocam o fenômeno das mudanças climáticas. O texto aprovado separa os países em dois grupos, o do chamado “Anexo 1″, que lista os países desenvolvidos e os que surgiram após a queda da União Soviética, que tinham a obrigação de, juntos, reduzir 5% das emissões, e os demais países, que não eram obrigados a reduzir emissões para não interferir no processo de desenvolvimento e combate a pobreza.
O problema é que o Protocolo de Kyoto não foi respeitado: os Estados Unidos não ratificaram o acordo, e as emissões globais, em vez de cair 5%, subiu 40%. Além disso, no começo da reunião climática, Canadá e Japão anunciaram que não querem a continuação do protocolo, porque ele não obriga países em desenvolvimento, mas que são grandes poluídores, como China, Índia e Brasil, a diminuir emissões. Apesar dos problemas, a União Europeia defende Kyoto, que é o único acordo legalmente vinculante que já existiu na questão climática.

Caso os países entrem em acordo, o mais provável é que seja um diferente do Protocolo de Kyoto, e mais próximo das metas voluntárias propostas nas reuniões de Copenhague e Cancún (2009 e 2010). Pelo acordo de Cancún, cada país decide, individualmente, o quanto está disposto a reduzir emissões. No caso do Brasil, por exemplo, o país se propõe a acabar com 80% do desmatamento da Amazônia e reduzir a curva de crescimento das emissões de gases de efeito estufa em 33%.


Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/ofiltro/2011/12/08/brasil-aceita-acordo-para-reduzir-emissoes-mas-so-para-2020/

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