Por Glaucio Santos - Muitas pessoas podem ter achado estranho seus equipamentos de GPS e ate mesmo aparelhos celulares (principalmente Nextel) não terem funcionado adequadamente ou ficaram sem sinal. Nesta ultima terça-feira (24/01) uma tempestade de grande proporção solar atingiu a terra no inicio da tarde.
O fenômeno foi classificado como de intensidade M8,7, pouco abaixo das do tipo X, as mais fortes. Ele lançou um fluxo de prótons energizados em alta velocidade que rumou para Terra a até 2 mil quilômetros por segundo.
De acordo com nova medição do clima espacial da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA (NOAA), a ejeção de massa coronal associada à erupção está provocando uma tempestade geomagnética de nível S3 em sua escala, a mais forte desde 2003, mas ainda assim considerada apenas moderada.
A tempestade se segue a um dos mais longos e fracos períodos de atividade do Sol dos últimos ciclos, dando uma prévia do que pode-se esperar no próximo ciclo de atividade máxima da estrela, entre 2012 e 2013.
O que são tempestades Solares?
Tempestades solares ou geomagnéticas acontecem quando partículas energéticas e campos magnéticos muito intensos emitidos pelo sol avançam pelo interplanetário e interagem com o campo magnético da terra, podendo então causar danos no espaço e na superfície terrestre. Dependendo do grau de intensidade, pode causar danos severos nas telecomunicações e na estabilidade de grandes sistemas. Isso inclui usinas nucleares.
As tempestades freqüentemente iniciam com um súbito aumento na intensidade do campo magnético horizontal, seguidas, em algumas horas, por um decréscimo neste mesmo campo antes de voltar aos níveis normais em alguns dias.
De acordo com o pesquisador Walter Gonzáles, da divisão de Geofísica espacial do INPE, que estuda as tempestades Geomagnéticas a mais de duas décadas, durante o fenômeno ocorrem auroras nas regiões polares e a aceleração de partículas carregadas. “A intensificação de correntes elétricas na magnetosfera e na superfície terrestre causa prejuízos em satélites e danos ao Sistema de Posicionamento Global (GPS), nas telecomunicações e até mesmo perigo para astronautas”, explica Walter.
Atualmente, este fenômeno já pode ser previsto com uma hora de antecedência, o que tem contribuído para evitar acidentes nas telecomunicações e no sistema nuclear. Missões com instrumentos capazes de medir campos bem próximos ao sol já foram lançadas a fim de antecipar de um a três dias a ocorrência de tempestades Geomagnéticas.
Os efeitos das erupções intensas observadas no Sol são percebidos pelos magnetômetros na superfície terrestre pelo menos 30 horas depois. Mas nem toda erupção solar significa ocorrência de tempestade geomagnética. Isto depende da direção do campo magnético solar/interplanetário, parâmetro de difícil medição.
Muito rara, uma tempestade geomagnética considerada severa fica entre 600 e 700 nT. Em 2003, por exemplo, aconteceram duas tempestades de 400 nT. Já o fenômeno de maior intensidade registrado ocorreu há 150 anos e atingiu 1.600 nanoteslas (nT). “Naquele ano de 1859 não havia nada de especial no Sol. Então acreditamos que um fenômeno muito intenso possa acontecer a qualquer momento”, diz o Dr. Walter Gonzalez.
Fontes: INPE e Globo Ciencia
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