segunda-feira, 5 de novembro de 2012

EMISSÕES DE CO2 CONTINUAM A PREOCUPAR

Crescimento supera previsões.


As emissões de dióxido de carbono cresceram mais do que se acreditava anteriormente, segundo novos dados analisados publicados pelo jornal inglês The Guardian e publicados no sábado – deixando dúvidas se podemos evitar uma perigosa mudança do clima.

Os dados surgiram no momento em que governos se reuniram na Rio+20 para finalizar o documento da conferência, destinado a assegurar que o crescimento econômico não ocorra às custas de uma degradação ambiental irreparável mas que, segundo ativistas, não faz o bastante para evitar problemas severos.


As emissões globais de carbono cresceram 48 por cento desde o original Encontro da Terra no Rio em 1992 – uma reunião histórica na qual governos concordaram em limitar emissões para impedir a mudança do clima.

Em 2010, último ano no qual dados foram compilados, a Administração de Informações de Energia dos EUA disse que o mundo emitira 35.1 bilhões de toneladas de carbono pelo consumo de energia. Isto representa um aumento de 6.7 por cento sobre 2009, e é uma quantidade substancialmente mais alta que a melhor estimativa anterior feita pela Agência Internacional de Energia (AIE) no ano passado, de um recorde de emissões de 33.7 bilhões de toneladas de CO2 emitidas pela queima de combustíveis fósseis.

Os aumentos de uso de combustível fóssil desta magnitude provavelmente levarão o mundo muito além da elevação de temperatura de 2Cº até 2050, que cientistas estabeleceram como limite de segurança, e além do qual a mudança do clima poderá se tornar catastrófica e irreversível.

Segundo os novos dados da AIE, as emissões de CO2 dos EUA retomaram sua ascenção, depois de uma breve queda causada pela crise financeira e a recessão de 2008. Este aumento aconteceu apesar da troca significativa de carvão pelo gás de xisto – de menor emissão – que dominou o setor de energia americano em anos recentes.

A China, que em 2006 tomou a posição histórica dos EUA como maior emissora do mundo, continuou aumentando suas emissões em 2010, com 9.1 bilhões de toneladas – um aumento de 15.5 sobre 2009 e de 240 por cento desde 1992. Isto torna a China sozinha responsável por cerca de um quarto das emissões globais de carbono, emitindo 48 por cento a mais que os EUA.

Estes dados também apoiam evidência recente de que os chineses podem estar emitindo mais CO2 do que se acreditava. Na Rio+20, segundo observadores, a China não teve papel proeminente para forçar países a aumentar suas ambições de redução do impacto ambiental.

As emissões do Reino Unido em 2010 caíram 8 por cento em relação a 1992 e à primeira conferência do Rio, que lançou a fundação para o Protocolo de Kyoto, de 1997 – ainda o único tratado amplo exigindo dos governos cortes em emissões. Isto coloca o país em décimo lugar em emissões totais de consumo de energia. Gibraltar, um protetorado britânico, aparece muito diferente no quadro. É o pais com o mais alto grau de emissões per capita do mundo, com 149 toneladas por ano, comparadas a 9.4 toneladas por pessoa no Reino Unido e 6.9 toneladas na China, informa o OPB.

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